Os benefícios da gestão fiscal nem sempre são percebidos por gestores e líderes em empresas, em especial as que não contam com profissionais dedicados à estratégia. Contudo, a saúde financeira do seu negócio, ou mesmo a eficiência de seus setores, sejam quais forem, dependem diretamente do gerenciamento voltado à parte de impostos. Afinal, estamos no Brasil, país com uma das cargas tributárias mais altas do mundo.
Só em 2018, os impostos alcançaram incríveis 33,58% do PIB, o Produto Interno Bruto, que é a soma de todas as riquezas produzidas no país. Ou seja, praticamente um terço dos recursos brasileiros são gerados somente pelos impostos cobrados.
Assim, é fundamental conhecer que vantagens são percebidas a partir do controle dos processos tributários, tanto na empresa como um todo quanto em cada setor. Trataremos disso agora mesmo, por isso, se seu interesse é reduzir o impacto dos impostos em seu negócio, não deixe de ler até o final.
1. Cumprimento das obrigações fiscais
A complexidade do sistema tributário brasileiro é uma velha conhecida do empresariado. Ela começa na escolha do regime tributário ao qual toda empresa deve se submeter para ter seus impostos apurados. Considerando o faturamento anual, existem três alternativas: Simples Nacional, Lucro Real ou Lucro Presumido.
No Simples Nacional, como seu próprio nome já deixa subentendido, as rotinas fiscais são mais facilmente cumpridas. Todos os impostos são pagos em guia única e não há pagamento de tributos como a CSLL.
Contudo, nos regimes de Lucro Presumido e, principalmente, no Lucro Real, a coisa muda completamente de figura. Isso porque no Lucro Real cada tributo e imposto é pago em separado. Além disso, há diversas obrigações acessórias previstas, já que os impostos são calculados em cima do lucro. Assim, a empresa se vê constantemente envolvida em contas para aferir e informar o lucro para o fisco, o que exige enorme capacidade gerencial.
Portanto, entre os benefícios da gestão fiscal mais imediatos está a maior eficácia para dar conta de uma série de procedimentos e exigências. Lembre-se de que a prestação é direcionada a órgãos de controle nas 3 esferas de poder, o que exige ainda mais atenção.
2. Atrair compensação de impostos
Nem só de obrigações vivem as empresas e seus respectivos setores quando o assunto é a gestão fiscal. A verdade é que, imersas nesse mar de compromissos junto ao fisco, não são poucas as que deixam de aproveitar benefícios concedidos em circunstâncias específicas.
É o caso, por exemplo, das empresas que fazem jus ao recebimento de créditos por conta do ICMS pago em Substituição Tributária. Essa é uma situação muito comum no comércio, em que a revenda de produtos gera abatimentos por causa do ICMS-ST.
No entanto, essa é uma possibilidade que, em muitos dos casos, deixa de ser explorada. Seja por erros na escrituração ou mesmo por falta de experiência no tratamento desse imposto estadual, muitas empresas passam anos sem aproveitar essa vantagem.
Além disso, há ainda muitas outras chances concedidas pelo próprio governo para abater o imposto de renda. Para que elas sejam efetivamente aproveitadas, é fundamental contar com processos de gestão fiscal que contemplem cada tipo de imposto e tributo.
3. Evitar erros e multas
Quem dera se fosse apenas o não recebimento de créditos a única consequência negativa da falta de controle e de gestão ao tratar dos assuntos fiscais. Nas empresas pouco organizadas nessa matéria, a principal ameaça não está nos créditos que deixam de ser recebidos, mas nas multas em função de erros.
Tais erros, por sua vez, tem muito a ver com processos de apuração obsoletos, com softwares e ferramentas desatualizadas ou em desalinho com o SPED. Sendo assim, em geral as falhas acontecem por dois motivos básicos: a perda de prazos ou ao emitir notas fiscais com erros.
No primeiro caso, para a entrega atrasada do IRPJ, por exemplo, cada mês em aberto representa 1% sobre o valor devido na forma de multa. Já as notas fiscais emitidas com valores de impostos abaixo do que deveriam geram penalidades mais pesadas. A previsão, nesse caso, é de multas que variam entre 10% a 150% do valor devido.
4. Integração entre setores
Dentro de uma empresa, cada setor conta com suas próprias rotinas e obrigações que, por si sós, geram pagamento de impostos. Estoque, compras e RH, entre outros, são alguns dos principais agentes que deflagram fatos geradores.
Nos Recursos Humanos, a falta de gestão fiscal pode causar problemas não apenas com o fisco, mas com os órgãos de fiscalização do trabalho. Esse é um risco que se aplica particularmente às empresas que ainda não se ajustaram o novo eSocial empresas.
Por sua vez, setores de compras e estoque estão sempre lidando com o recebimento e emissão de NF-e, Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) e outros documentos fiscais. Sem controle e gestão, aumentam as chances de falhas que, como vimos, geram multas que podem ser bastante pesadas.
5. Menos redundâncias em processos
Por falar em eSocial, o novo sistema tem sido bem recebido pelas empresas em geral por solucionar um problema até então recorrente: a redundância no cumprimento dos encargos trabalhistas.
Desde o ano passado, quando começou a ser obrigatório, o eSocial unificou em apenas um ambiente eletrônico o repasse de diversas informações anteriormente fragmentadas. Admissões, demissões, exames médicos e até dados relativos à Saúde e Segurança do Trabalho (SST) passaram a circular apenas por esse sistema.
Esse é apenas um exemplo de como os benefícios da gestão fiscal se estendem por todas as áreas nas quais a empresa deve prestar contas ao governo. Ao eliminar redundâncias e se ajustar às normas mais recentes, você garante o cumprimento de prazos e evita multas.
6. Formação de uma cultura de eficiência
Ser eficiente é uma coisa, eficaz é outra, certo? Sua empresa pode até ser eficiente ao trabalhar com métodos antigos, mas será que, numa outra perspectiva, ela está sendo eficaz?
Por isso, ao implementar a gestão dos impostos e tributos pagos, você também colabora para formar uma cultura de eficiência, mas contemplando a eficácia.
Nesse aspecto, a tecnologia é extremamente importante para uma boa gestão fiscal. Ao contar com a cloud computing, sistemas ERP integrados e softwares, seu negócio entra de vez na era da automação de processos. Assim, elimina o retrabalho, o esforço manual e, em consequência, reduz a margem de erro.
Você conheceu neste artigo 6 dos benefícios da gestão fiscal mais diretamente aplicáveis ao seu negócio. Contudo, há muito mais para explorar, já que cada caso é um caso e o que funciona bem para uma empresa pode não ser bom para outra. Faça testes, converse com seu setor de TI e mantenha-se sempre bem informado.
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